Recorde-se que a vida média deste componente é de 10 anos e que, até à data, existem apenas 110 mil veículos eléctricos (entre automóveis, comerciais, industriais e autocarros) em circulação, segundo a associação de fabricantes Anfac. Mas a meta, após a atualização do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNIEC), é chegar a 5,5 milhões até 2030. O sector não dá estimativas sobre quantas toneladas de resíduos serão geradas devido à heterogeneidade dos cálculos. No entanto, foi publicado que serão cerca de 35.000 toneladas por ano em 2035.
A implantação da mobilidade eléctrica implica o cumprimento de um novo e mais rigoroso regulamento sobre esta matéria, aprovado pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu no início deste mês. O objetivo é promover a economia circular ao longo de todo o ciclo de vida, desde a produção até à reutilização e reciclagem.
A norma estabelece igualmente um objetivo de recolha para os produtores de 63% até ao final de 2027 e de 73% até 2030. E introduz um objetivo específico para os transportes ligeiros (bicicletas ou trotinetas) de 51% até ao final de 2028 e de 61% até 2031. No que respeita à recuperação do lítio, estabelece 50% até ao final de 2027 e 80% até 2031, sujeito a modificações de acordo com os avanços tecnológicos e a disponibilidade do elemento. E níveis mínimos obrigatórios de conteúdo reciclado de 16% para o cobalto, 85% para o chumbo, 6% para o lítio e 6% para o níquel.
Até à data, foram anunciados três grandes projectos em Espanha. O último, anunciado em junho, é o da fábrica espanhola BeePlanet e da coreana SungEel HiTech, em consórcio com a Medenasa, a Sodena e a Samsung, com um investimento de 18,5 milhões de euros. Prevê-se que inicie a sua atividade em 2025 e criará 60-70 postos de trabalho.
A Endesa, juntamente com a Urbaser, através da sua filial Sertego, está a desenvolver outra instalação para tratar 25.000 toneladas por ano em Cubillos del Sil (León), onde se encontrava a central térmica de Compostilla, atualmente em processo de desmantelamento. Esta unidade, que se encontra em fase de projeto e de tramitação de licenças, também se centrará no tratamento mecânico e deverá arrancar dentro de dois anos, mas reciclará todo o tipo de baterias de lítio, de qualquer química e origem, de veículos, motos, scooters, telefones, telemóveis, computadores e até ferramentas. O investimento ascende a 14 milhões e prevê-se a criação de 50 postos de trabalho.